Redação sobre Automedicação

Por Fernanda Gomes

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe o uso racional de medicamentos (URM) quando os pacientes recebem medicamentos apropriados às suas necessidades clínicas. No entanto a automedicação, vista muitas vezes como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina.

Primeiramente, vale salientar que o uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. O uso abusivo pode aumentar a resistência de micro-organismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos. Pode trazer, ainda, reações alérgicas, dependência e até a morte. Ademais a combinação inadequada de um remédio pode anular ou potencializar o efeito do outro.

Por outro lado, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou vendidos de forma inadequada em todo o mundo, segundo estatísticas da OMS. Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais e 50% dos pacientes tomam de forma incorreta. Ainda no grupo dos que tomam remédio por conta própria, 72% afirmaram que confiam na indicação de medicamentos feita pela família, 42,4% confiam na indicação de amigos, 17,5% confiam na indicação de colegas de trabalho ou estudo e 13,7% confiam na indicação de vizinhos.

Somam-se ao exposto as medidas a que a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – recorre para amenizar o problema. Com o objetivo de facilitar o aprendizado de tal tema, lançou os jogos educativos Trilha da Saúde e Memória, disposto no seu site. O material didático serve como apoio ao aprendizado sobre propaganda e o uso racional de medicamentos. A educação contempla orientações sobre os riscos da automedicação e da influência da propaganda enganosa, abusiva e errônea.

Em suma, a preocupação acerca do tema é relevante. Os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil e ações na área da vigilância farmacêutica devem ser desenvolvidas. Providências também devem ser tomadas com relação ao uso dos antibióticos, embora a venda já se realize com a retenção de uma via da receita médica. Logo, mais importante que as medidas adotadas pelas autoridades, é a conscientização do indivíduo a respeito dos malefícios que a automedicação pode acarretar.