Nesta tarde de quinta-feira, dia 19, ao entrar no face, deparei com os seguintes dizeres na página da ONG: “Realmente ela fugiu de lá pois era muito fugona mesmo se for ela não quero de volta mesmo pode doar”. As justificativas no decorrer dos comentários foram para proteger a suposta cadela de envenenamento, já que no bairro existem casos. “Doei sim mais foi porque aqui onde moro mataram minha outra com veneno e não queria q ela morresse só por isso doei”, disse ela. A princípio, gostaria de salientar que esse tipo de postura desagrada os integrantes da ONG. Por quê? Porque não transferimos nossos filhos para terceiros como se fossem objetos. Se queremos protegê-los, vamos às portas dos vizinhos desgostosos e damos nosso grito. Envenenou? Vamos à polícia ambiental, publicamos, prestamos queixa e cuidamos dos nossos portões. Todas as casas que têm animais estão sujeitas a envenenamento, roubo de pets de raça, denúncia por barulho excessivo e outra série de problemas. Mas transferir nossos filhos a terceiros? Isso não fazemos, por mais que os outros possam cuidar bem. Porque o amor cria um laço entre os seres e não conseguimos quebrar este laço. Não temos nenhuma obrigação de apurar os sofrimentos da vida alheia e de colher justificativas para o que façam. Nós apenas circunscrevemos os fatos que se aparecem a nós e registramos a frieza em certas palavras ao se tratar do fim último da nossa proteção: os animais. Muitas vezes, os próprios voluntários e cuidadores de animais cometem erros por tentarem proteger demais os cães, mas felizmente reconhecemos a carga positiva ou negativa que há em certas palavras com as quais as pessoas se dirigem aos seus pets. Só aviso à senhorita desavisada que fica vulgar aplicar certas palavras de baixo calão em uma página de prestígio, com mais de 8 mil seguidores. Pior do que isso é tratar animais como... “animais” objetos de troca, comercialização, mercadoria depositada onde melhor convier. Deletei do meu face esta semana uma senhora que publicou: “vendo um filhote de chow chow ou troco.” Segundo explicação, queria trocar por ser fêmea e não cruzar com o pai. Senhora, você já ouviu a palavra castração? Vamos parar de tratar nossos filhos de pelos indefesos como veniaga. Obrigada.
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